Da antiguidade até Karol Conká

A história humana é recheada de surpresas, o mundo passou por várias transformações desde que o homem criou a escrita, um momento muito importante pois descobrimos a utilidade do lápis Bic 2B (que até então era menosprezado pelos outros lápis de cor que possuíam cores mais chamativas). Mas nada é mais interessante do que as guerras antigas (que se tornaram interessantes somente porque são antigas, na época elas eram bem chatas), em Roma por exemplo tiveram várias, era um povo muito animado que durante uma guerra e outra comiam queijo e tomavam vinho, viviam um eterno fim de ano em família, com a diferença de que na Europa daquele tempo, caso você vencesse uma discussão, ganhava o direito de possuir a casa do derrotado, com todos os móveis e integrantes familiares que lá habitavam. Conforme a história progredia os humanos não pararam com o sonho de extinguir-se, não mediram esforços ao criar outras brigas, leis e até fofocas das mais cabeludas com o único propósito de matar uns aos outros. Uma ocasião histórica é a revolução francesa, que foi basicamente um grupo de pessoas que atingiram o sucesso de suas ideias através da mais pura e sincera violência, fato esse muito parecido com todos os filmes do Rocky Balboa, que logo após espancar alguém no ringue, faz um discurso motivador, muito lindo por sinal.

É de se afirmar obviamente que existia algo diferente nos séculos passados, algo que hoje em dia não damos valor e é o personagem principal da maioria das histórias existentes (e por incrível que pareça não é o Batman), a fragilidade da vida, a morte, que é super democrática, pois todos nós morremos um pouco cada dia, a festa da democracia é um grande funeral, contudo, antigamente ela era mais presente, era comum se conviver com um humano CLARAMENTE vivo e instantes depois estar ao lado de um cadáver, e esse cadáver poderia ser qualquer pessoa, o dono do bar, a merendeira da escola ou até mesmo um imperador romano que foi assassinado com 23 facadas (um homem muito perseverante, particularmente eu teria desistido da vida na segunda facada). Muito do que ocorreu nesses períodos se deve obviamente ao fato do Drauzio Varella só ter nascido em 1943, mas ignorando isso podemos perceber como estamos diferentes comparados a antiguidade, pois antigamente as pessoas comiam lixo e hoje nós comemos muito lixo, porém com uma embalagem muito mais bonita.

Enfim, nós evoluímos tanto ao ponto de criar um programa chamado Big Brother Brasil, onde pessoas são enclausuradas dentro de uma grande casa, com piscina, comida, relações sociais, Fiuk, grama sintética, Tiago Leifert, câmeras, televisão e entre outros privilégios, mesmo assim os integrantes do programa conseguem se traumatizar com pequenas votações entre si de quem deve ser liberto daquela estranha prisão aconchegante, portanto, somos a primeira geração de indivíduos racionais portadores de smartphones que podem concluir tranquilamente que a guerra do Peloponeso não chega aos pés das discussões da Karol Conká.